Novas descobertas na genética aproximam-nos cada vez mais do que até há alguns anos atrás não passava de pura ficção científica.
A era da genética aproxima-se rapidamente!!!
A capacidade de clonar animais, cultivar órgãos e enganar a morte está agora ao nosso alcance.
Será que nos vamos duplicar, alterar os nossos genes e até nos atrever a conceber a imortalidade?
É a ciência a tentar revolucionar o mundo. Nos próximos 100 anos espera-se uma incrível compreensão da genética.
“Teremos a informação sequencial de muitas espécies e de muitos indivíduos diferentes. É talvez uma das descobertas mais importantes na história da humanidade. Com a chegada da nova geração de computadores super-rápidos, um grande número de cientistas pode agora explorar o espaço interno do nosso código genético como nunca antes foi possível. E com os microscópios que nos permitem ver o ADN com um nível de detalhe nunca visto e com o conhecimento que já detemos do genoma humano - a sequência de 3.000 milhões de base de ADN - o passo seguinte será compreendê-lo” – William A. Haseltine PHD, the human genom sciences.
No princípio surgiu a primeira forma de vida, o chamado antepassado original. Um ser unicelular que continha genes em pequenas cadeias de ADN. Tinha a capacidade milagrosa de fazer cópias de si própria. A molécula que formava o ADN desse antepassado original passou através de 3.000 milhões de indivíduos: em dinossáurios, árvores, chimpanzés e até em pessoas. Houve uma transmissão de características que não se perdeu de geração em geração. O mundo vivo tem uma variedade infinita porque sempre que o ADN se copia é mutado ou muda ligeiramente. A isto se chama evolução.
“O ADN é uma molécula com duas partes: quando se divide, as duas cadeias separam-se e criam outras duas”. “Não dá para perceber o que era antigo e o que é novo. Por isso é a mesma molécula. Este é um processo que ocorre há 4.000 milhões de anos. O ADN dentro de cada um de nós, deixa um rasto directo até à primeira molécula que existiu na terra há 4.000 milhões de anos e não se consegue dizer qual das duas moléculas é a original”. – William A. Haseltine PHD, the human genom sciences
Cada molécula de ADN forma uma escada em espiral com lanços compostos por quatro bases químicas em pares específicos: a Adenina emparelha com a Timina, a Guanina com a Citosina. Estes químicos ditam a formação de proteínas diferentes, que influenciam tudo, desde a cor dos olhos até ao QI.
As descobertas na mecânica da genética foram tais, que revolucionaram a condução de investigações criminais mesmo em casos muito antigos, com os envolvidos já mortos. Antigamente, quando não havia o conhecimento que há hoje sobre o ADN, muitas pessoas eram julgadas e consideradas culpadas por falta de provas que demonstrassem a sua inocência. Hoje, com o ADN, tudo é diferente. O ADN é uma testemunha silenciosa: não fala mas os cientistas podem descobrir os factos através do que as provas revelam.
Quando a amostra de ADN é analisada através de raios X, revela os padrões químicos que formam os lanços das escadas do ADN. Se as amostras de ADN de um suspeito forem semelhantes às encontradas no local do crime, não há margem de erro desde que a amostra não esteja contaminada ou danificada.
“as provas de ADN bem processadas com testes devidamente realizados são extremamente fiáveis. As probabilidades de ser ou não uma determinada pessoa são astronómicas e é uma forma definitiva de excluir pessoas em processos de investigação” – Steve Niezgoda, Mgr do FBI ADN program.
O ADN começou a ter um papel vital nas investigações forenses no início dos anos 80. Hoje é o procedimento policial padrão nos países mais desenvolvidos. Em todos os crimes violentos, os objectos da cena do crime são meticulosamente analisados em busca de vestígios de ADN.
O FBI considera as provas de ADN como a sua ferramenta mais forte e usa-a já duma nova forma. Em 1994 foi desenvolvido um programa informático chamado CODIS que fez aumentar as correspondências de ADN nos Estados Unidos.
“antes os laboratórios comparavam uma amostra conhecida com algo que encontravam no local do crime e concluíam: sim, a amostra conhecida coincide com a desconhecida ou não!” Podia ser uma bala, um cartucho ou uma impressão digital” – Steve Niezgoda, Mgr do FBI ADN program.
“hoje o processo é o mesmo mas o CODIS adiciona um extra uma vez que já não é preciso uma amostra conhecida para resolver um crime. Vamos ao local do crime e procuramos provas de ADN e, sem qualquer amostra conhecida, procuramos na base de dados e obtemos uma lista de possíveis dadores. Em minutos o CODIS consegue cruzar centenas de amostras de ADN de criminosos conhecidos com o ADN encontrado no local do crime. Quando há uma correspondência é o chamado “sucesso sem pista” uma vez que é o próprio criminoso que se denuncia através dos seus próprios genes.”
“o CODIS acabará por ser como as impressões digitais” embora se possa fazer muito mais com o ADN.
À medida que a tecnologia se torna mais acessível expande-se e um dia, quem sabe, bastará um simples clique para apanhar um criminoso.
L.G.
Fonte: Discovery Science. (2 de Março de 2009, 21:45h)