segunda-feira, 2 de março de 2009

Darwin & companhia

Os 200 anos de Darwin, os 150 anos do livro “Origens das Espécies”, os 200 anos da “Filosofia Zoológica” e os 180 anos do falecimento de Lamark.

O meu objecto de investigação para este artigo foi a exposição de Darwin, na fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Vou abordar as questões de hereditariedade e da selecção natural das espécies. Tentarei, ainda perceber como é que os seres evoluem influenciados ou não pelas características herdadas pelos seus progenitores.
Quanto à exposição, devo dizer que Darwin foi o pretexto da exposição, embora não se tenham esquecido de retratar os descobrimentos e os estudos de Lamark e de Mendel.
O que se entende, pela exposição, é que estes três elementos, sem trabalharem juntos, acabam por ver os seus estudos entrelaçados nas descobertas que fazem sobre as especificidades das espécies, estimulando a ciência a explorar caminhos até então desconhecidos.
De forma a não confundir o leitor, optei por falar apenas sobre temas mais espcíficos, dos diversos que dispunha sobre Drawin.



Um grupo de naturalistas reuniu-se na sociedade Linenana de Londres, a 1 de Agosto de 1858. Naquele local ouviu-se a leitura de três textos de Russel, de Wallace e de Darwin. Os folhetos apresentavam uma teoria muito engenhosa, fundamentando o aparecimento e a perpetuação de variedades e formas específicas do planeta terra. Revelou-se assim a teoria da evolução pela selecção natural, que obteve relevância após Darwin ter publicado o seu livro “a origem das espécies”.



Darwin nasceu em Shesbury, Inglaterra, no seio de uma família privilegiada (rica). É filho de um médico muito bem sucedido e neto de Erasmus Darwin, um intelectual bastante reconhecido, que já tinha vislumbrado a importância do processo evolutivo antes do nascimento do neto.
O naturalista é reconhecido por ter colocado o princípio evolucionista no ambiente científico.
A evolução Darwinista é ao mesmo tempo filosófica e científica, sendo que ambas se complementam sem poderem existir uma sem a outra.
Os preconceitos filosóficos dos cientistas mais do que a falta de evidências, é que terão irrelevado as funcionalidades da teoria.
Darwin trouxe uma nova filosofia à biologia. Esta filosofia, coincide com o facto de 1809, ano do seu nascimento, ser também a data da publicação do livro “Filosofia Zoológica”, de Jean Baptiste Lamark ou Chevalier Lamark, onde este apresenta a sua teoria da evolução.

Quem foi Lamark?
É hoje criticado e desprezado por ser reconhecido como quem errou na teoria da evolução, mas as pessoas esquecem-se que foi ele o criador do termo “biologia”, para designar a ciência que estuda os seres vivos. Foi também Lamark que desenvolveu a paleontologia (ciência que estuda os fósseis) dos invertebrados.

É uma figura paradigmática, responsável pela formação de um corpo da doutrina evolucionista do séc. XIX. É uma pessoa completamente diferente de Darwin. Lamark era francês e provinha de uma família nobre mas de poucos recursos financeiros. Teve de trabalhar até à sua morte e foi desacreditado, ao contrário de Darwin que se pôde dar ao luxo de viver de rendimentos, dedicando-se integralmente à ciência, morrendo aclamado pelo mundo.
Darwin foi um privilegiado em relação a Lamark porque tinha mais meios e tempo para explorar a natureza até à exaustão, embora isso não signifique, na minha óptica, que fosse o melhor de todos em relação à exploração de conteúdos.
Se Darwin fosse melhor que todos os outros anónimos cientistas, a sua exposição, por exemplo, na fundação Gulbenkian não precisaria de ser complementada com as explorações, investigações e conhecimentos de Lamark ou de Mendel.
Mas também reconheço que é uma oportunidade para comemorar os 200 anos de Darwin, os 150 anos do livro “Origens das Espécies”, os 200 anos da “Filosofia Zoológica” e finalmente os 180 anos do falecimento de Lamark.

Darwin e a teoria da selecção natural



Darwin não teve a sua teoria validada por muito tempo. Segundo o seu estudo, as características pessoais seriam passadas de pais para filhos em porções iguais: a ser assim, um pai inteligente e uma mãe “burra” teriam um filho mediano. Se um indivíduo “superior” surgisse numa espécie, essa característica superior seria gradualmente diluída através da reprodução. Ora esta teoria trouxe um problema para a teoria da selecção natural pois a ser assim, um filho inteligente tinha que ser filho de pais inteligentes. Ora William Bateson, Inglês, e Hugo Vries, Holandês, provaram que a teoria de Darwin não era válida quando descobrirem que as espécies evoluem em passos bruscos e descontínuos, que Vries denominou por “mutações”.

Cruas ou apenas cozidas em água, num arroz, num guisado, envolvidas em azeite ou em manteiga, há quem também as acompanhe com tarte de carne. As ervilhas são legumes, grãos da família das vagens. E nascem todas iguais! Porque será?
É difícil falar de Darwin sem falar de Gregor Mendel sempre que quisermos falar da teoria da hereditariedade. Darwin e Mendel complementam-se. Mendel era um monge austríaco, conhecido como sendo pai da genética. Trabalhou com ervilhas para descobrir as leis da hereditariedade e revolucionou a biologia ao traçar as bases da genética.

Entre 1856 e 1863, Mendel cruzou e produziu híbridos de plantas com características distintas, por exemplo plantas altas com plantas anãs, ervilhas amarelas com ervilhas verdes. Com estas e outras experiências observou, surpreendido, que essas características não são diluídas nem resultam em meio termo, mas mantêm-se distintas: o rebento híbrido de uma planta alta e de uma anã era sempre alto e não de tamanho médio.
O mesmo ocorre nos humanos, um filho pai alto e de mãe baixa, nasce alto ou baixo e não intermédio. O gene mais forte é o que influenciará as características do filho. O mesmo acontece a um filho de pai com olhos azuis e mãe com olhos castanhos: terá olhos azuis ou castanhos e não uma cor intermédia. Há características que não se diluem e nem se misturam nas gerações futuras.
Mendel também descobriu, através da matemática, que as plantas, tal como os mamíferos, possuem dois progenitores, em que cada um contribui com características, alta ou anã, amarela ou verde, nas futuras gerações. As descobertas de Mendel e a biologia das células emergiam assim num novo estágio da genética. E com o melhoramento dos microscópios, os biólogos conseguiram observar a reprodução das células: a sua divisão em duas células idênticas, cada uma herdando metade dos cromossomas da célula mãe. L.G

Imagens filmadas na exposição de Darwin na fundação Calouste Gulbenkian, 2009.

Mico-leão-dourado, espécie em perigo crítico de extinção


a vida do salmão




Enquanto os canais abertos transmitiam o congresso do PS, a RTP2 fazia a diferença. Transmitia documentários construtivos que enriqueceram a minha cultura: O ciclo de vida do salmão e a vida dos ursos pardos foi o documentário que mais me interessou.
Por isso, falarei da vida do salmão porque a achei curiosa e porque, estou certa, muitas pessoas não a conheciam, tal como eu.


A vida do Salmão


Na fase final da vida do salmão acontecem coisas muito curiosas. O salmão nasce em águas doces e vive uma longa jornada entre águas doces e salgadas. Vive cerca de cinco anos. Na fase final da sua vida a, entre Novembro e Fevereiro, depois de 16 mil km percorridos, é chegado o momento de voltar ao local onde nasceu, se entretanto tiver conseguido escapar a uma rede de pesca ou à boca de um urso pardo, que o espera no topo dos rápidos dos rios.
O salmão é de tal forma obstinado, que salta para o topo dos rápidos com o objectivo de chegar ao local onde nascera e onde morrerá.
Chegado o momento de regressar ao local do nascimento, o salmão já nem se alimenta. É o momento de queimar as gorduras acumuladas durante os cinco anos de vida.


Quando o salmão chega ao local de desova

Depois de uma longa jornada de cinco anos, o salmão sobrevivente, macho ou fêmea, está exausto e faminto. Nos locais de desova, o seu corpo prepara-se para acasalar, passando de tom prateado para o vermelho. Ganha uma crista na cabeça com o aspecto de couve-flor e o seu corpo, principalmente a cabeça, está desgastado pela pressão exercida pela água, pois a sua velocidade, a caminho da desova, é desesperante. As reservas de gordura estão esgotadas na árdua viagem rio acima, mas o salmão mantém-se firme. Usa a proteína armazenada para completar a última etapa da sua vida. O seu corpo contorce-se, as maxilas torcem-se e inclinam-se expondo os dentes entalhados.

Enquanto isto, o urso pardo, que percorreu uma longa viagem até ao rio onde os salmões vão passar, alimenta-se deste peixe para acumular nutrientes, gordura e forças para sobreviver à hibernação que vai viver. O salmão é o “sangue” dos ursos pardos. Os seus nutrientes são fundamentais para os ursos. Mesmo já numa fase avançada de desgaste, quando a maior parte da gordura já foi consumida pela viagem, os ursos ainda o apanham porque a pele e a cabeça ainda possuem alguns nutrientes.

É o final do Outono e um salmão macho chega finalmente ao local onde nasceu. Uma fêmea reivindica uma porção do leito rochoso e defende-o ferozmente. Agitando o seu corpo, retira a gravilha excedente e recebe o seu parceiro. Para estimular a fêmea, o macho sacode-se junto a ela. A fêmea liberta mais ovos e depois o macho fertiliza-os. Só os ovos alojados em segurança entre as pedras irão eclodir dentro de três a quatro meses. Dos 4000 mil ovos libertados pela fêmea e fertilizados pelo macho, talvez dois salmões do pacífico sobreviverão e regressarão para desovar.

Os salmões fêmea e machos morrem logo a seguir à desova. O odor a morte espalha-se pelos ribeiros, mas este odor é também sinal de vida: os cadáveres vão encher de nutrientes os solos e alimentar assim os arbustos e as árvores junto dos rios.

Como em todas as espécies, também no salmão, a selecção natural garante a sobrevivência: só os salmões mais fortes conseguem regressar ao local de desova e transmitir os seus genes à geração seguinte.
L.G